Que era um disparate dizer-se que chegado ao Governo cortaria o subsídio
de férias! Que não aumentaria impostos! E já conhecia de cor e salteado
o memorando que PS, PSD e CDS assinaram com a Troika!
São ideias que importa não esquecer, porque foram da autoria daquele
que, na altura, ansiava ser Primeiro-ministro e que agora, graças a
Cavaco Silva, o ainda é, de facto! O CDS, esse, era o partido dos
pensionistas e dos contribuintes! Que faria se não fosse!!!
Chegados ao Governo depressa esqueceram tudo o que apregoaram!
Austeridade à bruta e tornaram-se destruidores de um país repleto de
potencialidades e vendedores de ilusões. Para o exterior são de uma
submissão absoluta, para o interior é ver quem mais faz de quem tolo!
Assim, em 2011, Passos Coelho afiançou que os sacrifícios dariam frutos
no ano seguinte porque 2012 seria o ano da viragem. Não foi! De resto
foi ainda pior que 2011! Não foi de modas: em 2012 assegurou que afinal
2013 é que seria o ano do crescimento económico. Não será! Todas as
previsões asseguram que este será o terceiro ano consecutivo de
recessão. Agora dizem que em 2014 é que é, e já veio o Bando de Portugal
dizer que não contem mais do que com uma estagnação económica no ano
que vem!
Isto não acaba! Só acaba quando eles sentirem que conseguiram, com uma
maioria parlamentar, um Governo e um Presidente (o velho sonho da
direita), implementar o seu plano ideológico, esvaziando o Estado e os
serviços públicos que ele assegura e criando aquela sociedade selvagem
onde quem tem dinheiro vive, e quem não tem sobrevive se puder e for
sujeito de caridade bastante!
Pelo meio tivemos aqueles episódios, tão desgastantes, de Miguel Relvas,
da demissão de Vítor Gaspar (onde admitiu erros crassos da política do
Governo, o que dito por um dos seus principais protagonistas tem que se
lhe diga!), da demissão irrevogável de Paulo Portas (que um dia depois
já aceitava ser Vice Primeiro Ministro), das comunicações do Presidente
da República (salvadoras da direita e não do país!), da nomeação da
Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque (que fez daqueles
contratos ruinosos para o Estado, swaps, e que assegura que não sabia
daquilo de que foi informada), da nomeação de um Secretário de Estado,
Joaquim Pais Jorge (que vendeu swaps, aqueles contratos altamente
lesivos para o Estado português), da nomeação do Ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete (que vendeu ações das SLN ao BPN), e já antes
do secretário de Estado Franquelim Alves (também ligado ao BPN)…
(As reticências indicam que julgo que isto não acaba por aqui!!)
Um povo não aceita tudo, pois não? Eles tentarão jogar com a memória
curta. É preciso que muitos alguéns lhes lembrem que este povo não tem
memória curta! Especialmente quando se preparam para cortar mais nas
pensões, e nos salários, e nos serviços públicos… e na vida dos
portugueses! Sem ética social nem política, este país não se salva!
artigo da Deputada do PEV, Heloísa Apolónia publicado no Setúbal na Rede
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