Ao abrigo do Artigo 6º do Decreto-Lei nº 148/2015 de 4 de Agosto, foi ontem entregue à Diretora dos Bens Culturais, na Direção Geral do Património Cultural, em Lisboa, um pedido de abertura urgente do processo de classificação de Interesse Público do espólio da antiga Fábrica Robinson, (máquinas, documentos de arquivo e todo o restante espólio que integra esta fábrica) que não ficou abrangido aquando da classificação do património edificado.
Este requerimento é subscrito por um grupo de 40 cidadãos que aceitaram o desafio lançado pelo Partido Ecologista “Os Verdes”.
O número de cidadãos convidados (40), não foi aleatório. Corresponde à altura de uma das Chaminés da Robinson (40 metros) a do “Fumo Branco”, querendo Os Verdes com esta simbologia lembrar que “fumo branco” é sinal de decisão! Decisões é o que a Robinson precisa. Nestes subscritores incluem-se pessoas de todas as idades, ativistas dos Verdes, sindicalistas, eleitos locais, antigos trabalhadores da Robinson, pessoas que têm desempenhado um papel ativo para a defesa e conhecimento deste património, como é o caso da jovem arqueóloga Susana Pacheco.
O requerimento refere que:
“A urgência desta classificação vem no seguimento da ameaça em que este património se encontra, por abandono e por acções comprometedoras da sua preservação e valorização futura, tal como aconteceu no início deste ano, com a despropositada demolição de um dos edifícios classificados da fábrica, em clara violação dos procedimentos legais e sem qualquer consideração pelo espólio que este albergava. (....)
A preservação deste património industrial como um todo (móvel e imóvel) justifica-se plenamente, não só pelo que representa para a vida da população e para o concelho de Portalegre, desde o século XIX até aos nossos dias, mas também como memória de uma indústria transformadora de uma matéria-prima endógena, ligada a uma paisagem típica da região na qual se localiza o Alentejo, e de uma atividade industrial em que Portugal teve e continua a ter um papel liderante.
Importa salientar que o património industrial não é apenas constituído por património edificado, aliás, este nem deve ser a sua principal componente. Uma antiga unidade fabril completamente desprovida do património móvel que em tempos a terá constituído, torna-se num edifício incompreensível, através do qual é impossível reconstituir a sua história e cadeia técnica. Assim, quando falamos na salvaguarda de património industrial, jamais podemos esquecer ou ignorar todo o património móvel e imaterial.
Constituem o património móvel de uma antiga unidade fabril todo o conjunto de máquinas que lá existiam, mas também ferramentas, documentos, objetos pessoais associados aos operários, mobiliário, entre tantos outros elementos. Este património permite-nos entender o funcionamento da unidade fabril, como se organizava o trabalho, as tecnologias adotadas, entre tantos outros aspetos.
Abaixo, os nomes dos 40 subscritores do Requerimento:
Maria Manuela dos Santos Ferreira Cunha
Susana Leonor Fonseca dos Santos Delicado Pacheco
Maria do Rosário Palhas Narciso
Ana Martinha Palhas Narciso
Luís Manuel Madeira Pargana
Gonçalo Manuel Delicado Pacheco
Vítor Alberto Aragonês Miranda
Andreia Miranda Fernandes Lima
Dora Sofia Mouco Assis
Maria Alice Cortes Santos
Pedro Daniel Côrtes dos Santos
Hugo Chichorro e Silva Capote
Joana Sofia Pais Rolo
Dinis Parente Pacheco
Ana Isabel Xarez Oleiro
Ana Maria Soares Lopes
Fernando Alberto Louro Almeida Pires
Alda Rosa Correia Pais
Beatriz Soares Lopes Aragonês Miranda
Jorge Miguel Mira
José António Guedelha Serrano
Maria Fernanda Cardoso Cortes Ventura
José Mário Fernandes Ventura
Adriano da Graça Mourato Capote
Maria de Fátima Tavares Chichorro e Silva Capote
Palmira Cândida Guapo Delicado Pacheco
Amândio José Valente e Valente
Ana Luísa Cayola da Mota Pinheiro
Helena Isabel Duarte Neves
Leonardo Filipe Rodrigues Esteves Rosa
Palmira Maria Ramos Mão de Ferro
Maria Odete Bagina Mão de Ferro
Isabel Cristina de Sousa Plasencia
Hermínia Maria dos Santos Rainho do Carmo
Manuel Martinho Barata do Carmo
Xavier de Bastos Mourato Nabo
Olímpia de Jesús de Bastos Mourato Nabo
Maria Celeste Carrapiço Marques
João José Romão São João
Antónia Maria Gonçalves Chambel